Posso Recusar o Bafômetro? Entenda Seu Direito

Introdução: A questão da obrigatoriedade do teste do bafômetro é frequentemente discutida no contexto dos direitos dos motoristas. Este artigo explora as opções disponíveis e as implicações legais ao ser submetido ou recusar o teste de bafômetro. 

 

1. Contextualização Legal:

a. Lei Seca (Lei nº 11.705/2008): A Lei Seca estabelece penalidades para condutores flagrados dirigindo sob influência de álcool ou outras substâncias psicoativas. A infração de trânsito de dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância entorpecente está contemplada no art. 165 do Código de Trânsito Brasileiro, com as alterações trazidas pela Lei nº 13.281/2016.

b. Teste do Bafômetro: O teste do bafômetro é uma das formas de comprovar a embriaguez do condutor. 

 

2. O Direito de Recusar o Bafômetro:

a. Não é Obrigatório: Não há obrigatoriedade legal para o condutor realizar o teste do bafômetro. A Constituição Federal por meio do seu art. 5, inciso LVII, garante a presunção de não culpabilidade. Assim, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal o direito a não autoincriminação impede que os infratores sejam compelidos a participar de exames para fornecer elementos de prova.

b. Consequências da Recusa: No entanto, a recusa pode acarretar penalidades específicas e iguais a se você estivesse feito o bafômetro e constasse a porcentagem de álcool não permitida. 

 

3. Penalidades pela Recusa:

a. Multa e Suspensão da CNH: A recusa ao teste do bafômetro pode resultar em multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por até 12 meses. b. Caracterização da Embriaguez: A recusa pode ser interpretada como indício de embriaguez, sujeitando o condutor às penalidades previstas na Lei Seca.  

 

4. Alternativas para Comprovar a Embriaguez:

a. Exame Clínico e Testes de Coordenação: Mesmo sem o bafômetro, as autoridades podem utilizar exame clínico e testes de coordenação para verificar a influência de substâncias no condutor.

b. Exame de Sangue: Em casos específicos, um exame de sangue pode ser solicitado para confirmar a presença de álcool no organismo. 

 

5. Estratégias Legais e Conscientização:

a. Consultar uma Advogada: Em caso de dúvidas ou contestações, é recomendável consultar uma advogada que atue em direito de trânsito.

b. Conscientização sobre Limites: Condutores devem estar cientes dos limites de ingestão de álcool estabelecidos pela legislação para evitar situações complicadas. É sempre melhor não correr o risco e se for beber não dirigir.  

 

6. Educação sobre Segurança Viária:

a. Prevenção é a Chave: A melhor abordagem é a prevenção, conscientizando-se sobre os riscos de dirigir sob influência de álcool e evitando situações que possam comprometer a segurança no trânsito. 

 

Conclusão: Embora não seja obrigatório realizar o teste do bafômetro, a recusa pode ter implicações legais, incluindo multas e suspensão da CNH. Condutores devem estar cientes das alternativas disponíveis para comprovar a embriaguez, como exames clínicos e testes de coordenação.

Consultar uma advogada em casos de contestação é uma opção recomendável. No entanto, a conscientização sobre os limites de ingestão de álcool e a prevenção de situações de risco são as melhores abordagens para garantir a segurança viária. Dirigir com responsabilidade é não apenas um direito, mas uma obrigação de cada condutor para preservar a própria vida e a vida dos demais usuários das vias. 

 

 

 

Jéssica Maranho da Silva Nascimento

Advogada, especialista em direito penal e processo penal pela Faculdade de Direito da Alta Paulista.

Áreas de atuação

Direito de Família

Violência Doméstica

Direito de Trânsito

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